8º ano lê “O Pagador de Promessas” e aprofunda conhecimento sobre sincretismo religioso em pesquisas
Quando Zé do Burro caminhou até a igreja de Santa Bárbara, com uma pesada cruz de madeira nas costas, para pagar uma promessa feita a Iansã num terreiro de Candomblé, ele se viu envolvido em um conflito com a Igreja Católica. No sincretismo religioso, comum nas crenças do povo brasileiro, Iansã e Santa Bárbara representam a mesma entidade. Assim como elas, outras entidades e práticas de religiões diferentes se misturaram ao longo da história da fé no Brasil. Para compreender melhor essas configurações sociais, a partir da leitura do livro “O Pagador de Promessas”, que narra a saga de Zé do Burro e seu juramento, os alunos do 8º ano, orientados pela professora de Português Cemary Correia, apresentaram seminários sobre sincretismo religioso.
“Nesta unidade, ao lermos criticamente a obra ‘O Pagador de Promessas’, de Dias Gomes, escrita na década de 1950, tem sido possível refletir acerca de diversos temas que são urgentes na contemporaneidade. Dentre esses temas, o sincretismo religioso atravessa toda a narrativa, sobretudo no que se refere às ações que vão direcionar a trajetória de Zé do Burro, personagem principal do livro”, disse a professora Cemary.
Para apresentar os seminários, os alunos construíram slides e padlets reunindo informações sobre como o sincretismo religioso se desenvolveu no Brasil, principalmente em Salvador, cidade central da narrativa de “O Pagador de Promessas”. As turmas falaram sobre os tipos de sincretismo, que mesclam os cultos de origem cristã, indígena e africana, trouxeram exemplos de entidades que estão presentes em mais de uma crença e destacaram o surgimento da Umbanda, que traz características de religiões africanas, do catolicismo, de lendas indígenas e do espiritismo.
Em suas pesquisas, os alunos também destacaram outros livros, músicas e filmes que têm o sincretismo religioso como tema. Uma das curiosidades apresentadas é a produção do filme “Iemanjá – Deusa do Oceano”, pela Warner Bros. Dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha, a obra vai contar a história de Iemanjá, orixá muito presente na cultura local, acrescentando elementos de enredos de super-herói. Esse filme promete, hein?!
Parabéns, turmas! Estudar e compreender a cultura é essencial para fazer parte de qualquer grupo social respeitando a diversidade.