9º ano discute leitura de “A cabeça do Santo” com escritora Socorro Acioli
É muito legal quando a gente pode ler um livro e, em seguida, trocar ideias com o autor, dizer o que mais gostamos na obra, perguntar sobre trechos que não entendemos muito bem e, até mesmo, sugerir novos caminhos para a história. Os alunos do 9º ano tiveram a oportunidade enriquecedora de fazer tudo isso em um bate-papo com a escritora Socorro Acioli, autora do título “A cabeça do santo”. O encontro on-line foi realizado na aula da professora de Português Lina Passos, que convidou Socorro para esse momento com as turmas.
A aluna Marina Santos quis saber sobre o final do livro. “O livro é muito bom de ler, é leve, é incrível! Mas tive a impressão de que faltou algo no final, como se ficasse uma vírgula em vez de um ponto. Senti falta de um fechamento. Queria saber se isso foi intencional e se você reescreveria um final diferente hoje?”, perguntou.
Socorro revelou que muitos leitores fazem o mesmo questionamento. “Tive um encontro bem emocionante e impactante num presídio de segurança máxima do Espírito Santo para conversar com os encarcerados. A primeira coisa que me disseram foi que não gostaram do final e queriam uma continuação. O livro tem muitas histórias, que acontecem ao mesmo tempo. Quando terminei a escrita, quis priorizar a relação do personagem principal com o pai. Hoje, nessa conversa com vocês, acabo de ter a ideia de escrever um outro livro com uma continuação para satisfazer a curiosidade dos leitores”, disse a autora.
Já a aluna Beatriz Oliveira apresentou uma ideia diferente sobre a conclusão do livro. “Acho que o final veio de uma forma legal. A história tem que chegar ao fim, e acho que não podemos esquecer que os personagens estão tentando ser ‘pessoas reais’; que quando o livro acaba, os personagens ainda terão uma vida para viver”, pontuou Beatriz.
Socorro concordou com a aluna e deu os parabéns para a professora Lina e aos alunos por se expressarem sobre o livro de acordo com o que realmente pensam. “Eu, como autora, não me chateio com nenhuma avaliação sobre meu trabalho. Cada um ter a liberdade de olhar para a história e ter sua própria percepção é maravilhoso”, afirmou.
A professora Lina agradeceu a presença de Socorro e já estendeu o convite para o ano que vem, quando novos leitores estarão esperando pelo bate-papo. “Esse encontro trouxe não só a alegria de conhecer você, mas, também, a possibilidade de entendermos que ler é para a vida toda. Quanto mais a gente estuda, mais a gente descobre que não sabemos nada. Saímos com a sensação muito incrível de que narrar é o que faz o homem existir e, a partir da leitura d’A cabeça do Santos, tivemos uma experiência muito plural de como se lê e como se escreve”, concluiu.