Atualização: Aulas permanecem suspensas até 3 de maio

ATUALIZAÇÃO:
 
Conforme estabelecido pelo Decreto nº 19.635, de 14 de abril de 2020, nossas atividades letivas presenciais permanecerão suspensas até 3 de maio. Continuaremos nos encontrando virtualmente.
 
TEXTO ORIGINAL:
 
Conforme orientações oficiais, visando conter o avanço do novo coronavírus, informamos que nossas atividades pedagógicas presenciais estarão suspensas pelo período de 30 dias, contados a partir de terça-feira, 17 de março de 2020.
 
Ao longo desse período, continuaremos atentos às informações sobre os casos de COVID-19 e orientações oficiais.

Aulas estão suspensas por sete dias a partir desta terça, 17

Diante do avanço do novo coronavírus na Bahia e preocupada com o bem-estar de toda a nossa comunidade e suas famílias, a direção do Colégio Anglo-Brasileiro decidiu suspender as aulas e todas as atividades extracurriculares por sete dias, a partir desta terça-feira, 17 de março. O retorno às aulas está previsto para 23 de março.
 
A medida preventiva visa conter a disseminação do vírus e será reavaliada permanentemente, podendo o período ser estendido caso avaliemos necessário. 
 
Solicitamos aos pais e responsáveis que verifiquem seus e-mails diariamente para se manterem informados acerca das próximas decisões.
 
Pedimos a todos que sejam responsáveis. Continuem adotando as recomendações individuais de segurança e evitem, ao máximo, se expor a situações de risco.
 
Contamos com a compreensão de todos para que possamos superar esta situação em segurança e com a presença daqueles que amamos.

Pensando no bem-estar da comunidade escolar, Manhã de Lazer é adiada

Considerando o aumento dos casos de COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, o Colégio Anglo-Brasileiro decidiu suspender temporariamente a Manhã de Lazer, que seria realizada no dia 28 de março.
 
A Manhã de Lazer é um evento alegre, festivo e em que há muito contato entre todos os participantes. Por isso, consideramos prudente adiá-la, com o objetivo de diminuir os riscos de propagação do vírus.
 
Assim que julgarmos seguro, será divulgada uma nova data para a atividade.
 
Contamos com a compreensão de todos.

Coronavírus se espalhou por vários países em menos de três meses; Veja a linha do tempo

31/12/2019 – Casos de pneumonia detectados em Wuhan, capital da Província Hubei, na China, foram reportados para a OMS (Organização Mundial da Saúde);
 
01/01/2020 – Autoridades chinesas de saúde encerram atividades do mercado de frutos do mar de Wuhan, após identificar animais no local que poderiam ser a origem do coronavírus;
 
07/01/2020 – Autoridades da China confirmam identificação do vírus como uma nova formação do coronavírus;
 
11/01/2020 – Confirmada a primeira morte causada pelo coronavírus. Um homem de 61 anos de idade, exposto ao vírus no mercado de frutos do mar de Wuhan, morreu em 9 de janeiro após uma falha respiratória causada pelo coronavírus;
 
13/01/2020 – Autoridades da Tailândia confirmam infecção pelo vírus, originada de um viajante chinês que havia chegado de Wuhan;
 
16/01/2020 – Governo do Japão confirma caso em homem japonês que viajou para a capital da província de Hubei;
 
17/01/2020 – Segunda morte na China é confirmada e o governo americano anuncia escaneamento de temperatura nos aeroportos de São Francisco, Nova Iorque e Los Angeles, em busca de sintomas do coronavírus;
 
20/01/2020 – China registra 139 novos casos da doença, incluindo terceira morte confirmada. Diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas informa que os EUA estariam trabalhando em uma vacina contra o vírus. É confirmado primeiro caso na Coréia do Sul, sendo um viajante vindo da cidade de Wuhan;
 
21/01/2020 – Oficiais em Washington confirmam primeiro caso em território norte-americano e Austrália anuncia teste positivo em Brisbane;
 
22/01/2020 – Cidade de Wuhan anuncia que irá “temporariamente” fechar aeroportos e estações de trem, após contagem de mortos por coronavírus ter atingido 17 casos. Província de Henan declara banimento de venda de aves vivas, buscando combater o aumento de casos no país. Casos confirmados na China chegam a 547;
 
23/01/2020 – Organização Mundial da Saúde convoca comitê para anunciar que coronavírus ainda não representa ameaça de emergência à saúde pública internacional, apensar de Singapura também confirmar primeiro caso;
 
25/01/2020 – Hong Kong anuncia estado de emergência e novos casos são registrados no Canadá e em Nepal. Royal Caribbean e MSC suspendem cruzeiros para a China;
 
30/01/2020 – Governo norte-americano confirma primeira transmissão direta do vírus, através de contato com primeiro infectado. No mesmo dia, a OMS declara emergência de saúde pública global por surto do coronavírus;
 
02/02/2020 – Confirmada morte nas Filipinas de homem chinês com coronavírus, primeira vítima fatal fora da China;
 
08/02/2020 – Embaixada dos EUA, em Pequim, confirma morte de norte-americano em 6 de fevereiro de 2020, sendo a primeira morte de um estrangeiro, devido ao vírus;
 
22/02/2020 – Itália confirma primeira morte, sendo de um homem de Veneto com 78 anos, além de anunciar 16 novos casos, totalizando 20 infectados pelo vírus;
 
23/02/2020 – Itália registra novos casos, surpreendendo a OMS com um anúncio de 79 infecções confirmadas, encerrando o Carnaval de Veneza, para evitar aumento de testes positivos na região. Mercado de frutos do mar de Wuhan é descartado como origem do coronavírus, após estudo feito por cientistas chineses;
 
25/02/2020 – Ministério da Saúde divulga primeiro caso de coronavírus confirmado no Brasil, em homem de São Paulo que havia visitado Itália;
 
27/02/2020 – Governo da Arábia Saudita cancela peregrinação para a Meca, evitando contato com outras regiões próximas. Japonesa é diagnosticada com coronavírus pela segunda vez, após ter contraído vírus no final de janeiro e se recuperado em 1 de fevereiro de 2020;
 
01/03 2020 – Segundo caso de coronavírus é confirmado no Brasil, sendo ele um funcionário da corretora XP Investimentos;
 
05/03/2020 – Ministério da Saúde confirma 4º caso de coronavírus no Brasil, em jovem de 13 anos que testou positivo para o vírus, porém sem apresentar os sintomas;
 
06/03/2020 – Secretaria de Saúde da Bahia confirma nono caso no Brasil, sendo uma mulher de 34 anos que havia viajado para a Itália. OMS afirma que notas de dinheiro podem ser um dos meios de transmissão do coronavírus;
 
08/03/2020 – Primeira fatalidade na América Latina é registrada na Argentina;
 
11/03/2020 – OMS declara coronavírus como pandemia, após número de casos ultrapassar 118 mil em todo o mundo. No Brasil, já são 52 casos confirmados em oito estados (30 em São Paulo, 13 no Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Alagoas, Minas Gerais e Espírito Santo). Bolsa de valores tomba 7,64%, com temor da nova pandemia, derrubando em mais de 9% as ações de Petrobras e Vale, além de trazer prejuízos de 15% para as companhias aéreas Azul e Gol;
 
12/03/2020 – Dólar abre cima de R$5 pela primeira vez na história, após Donald Trump proibir viagens para a Europa, à partir do território norte-americano. China anunciou fim do pico do coronavírus no país, com apenas 8 novos casos no epicentro da pandemia, permitindo que a cidade de Wuhan, na província de Hubei, pudesse iniciar retorno em atividades. Primeira transmissão local no Brasil é registrada, totalizando 15 casos no estado do Rio de Janeiro;
 
17/03/2020 – Estado de SP teve o primeiro caso de morte provocada pelo coronavírus no Brasil, homem de 62 anos que foi atendido no hospital Albert Einstein.
 
Fonte: AAA Inovação

Representantes do Anglo participam de entrega de carta de proposições contra o bullying à PGJ

As alunas Beatriz Sobral e Mariana Duarte, do 3º ano do Ensino Médio, acompanhadas por Selene Dias, uma de nossas diretoras, participaram da entrega da carta de proposições elaborada por estudantes das redes pública e privada de Salvador durante o 1º Fórum Estudantil pela Cultura da Paz, realizado em outubro de 2019. O documento foi entregue na sexta, 14, à procuradora-geral de Justiça Ediene Lousado.
 
 
As proposições apresentadas visam oferecer elementos para a formatação de políticas públicas e institucionais de enfrentamento às violências, como o bullying, e construção da paz nas escolas. O bullying foi um dos principais temas destacados pelos estudantes na carta, que apresenta entre as proposições a criação de um observatório de violência com divulgação anual das estatísticas de bullying em Salvador e na Bahia.
 
Beatriz afirmou que o documento foi criado a partir das diferentes ideias e opiniões de alunos que vivem realidades diversas. “Tem um pouquinho de cada um de nós nesse papel. Para nós, é importante que vocês consigam pensar em como pegar nossas propostas e aplicar de forma eficaz, principalmente nas escolas públicas que, do nosso ponto de vista, são as que mais sofrem com a problemática do bullying e tudo que vem junto”, disse. 
 
 
Mariana agradeceu a oportunidade e destacou a importância da experiência. “Transmitir as coisas que a gente passa e que a gente vê outros passarem é muito importante porque nos sentimos ouvidos, nos sentimos parte de algo maior. Poder representar os estudantes e ter voz ativa para dizer que a gente exige mudanças na educação, exige que as pessoas prestem atenção aos alunos, ao nosso processo de aprendizagem. Não precisamos aprender apenas Matemática, Física… Todos precisam aprender sobre ser cidadão, sobre ser indivíduo numa sociedade que precisa de mudanças, de empatia e de amor”, pontuou.  
 
A entrega da carta integra as ações da campanha #SejaBrother – Juntos contra o bullying”, promovida no Anglo e em vários colégios de Salvador pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) no ano passado. 
 
Com informações da Ascom MPBA
 
Notícias relacionadas:
 
Anglo se une ao Ministério Público em campanha de prevenção e combate ao bullying
 
Integrantes do GEAB representarão colegas em Fórum contra bullying promovido pelo MP-BA

Sem tédio! Confira uma lista de atividades culturais e divertidas para fazer em casa

Ficar em casa com a família é tudo de bom, não é?! Mas sabemos que o período de distanciamento social pode ser entediante, principalmente para as crianças. Temos a solução! Selecionamos algumas dicas de atividades, para todas as faixas etárias, que podem ser feitas online. Escolha a que melhor se adapta a você e aos seus filhos:

Cursos online – Até o dia 19 de abril, a Faber Castell vai disponibilizar diversos cursos gratuitos para estimular a criatividade em adultos e crianças: desenho, lettering, narrativa, composição, desenvolvimento de personagens e muito mais.

Museu de Arte – Dá para ir ao museu sem sair de casa. O Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) oferece um tour virtual das exposições que acontecem na Capela e no Casarão do Museu. Na visita online dá para ver até o pôr do sol da área externa. Imperdível! Acesse bahiaview360.com.br/mam/

Contação de histórias – A escritora Emília Nuñez, que esteve aqui no Anglo na Semana Cultural e de Incentivo à Leitura do ano passado, está contando histórias através de lives no Instagram. As contações acontecem todos os dias, às 11h. Saiba mais no Instagram @maequele.

Cursos gratuitos na FGV –  Quem quiser aprender algo novo na quarentena pode escolher o que mais lhe interessa entre as 55 opções de cursos gratuitos, liberados pela Fundação Getúlio Vargas. São atividades nas áreas de Administracao, Negócios, Carreira e Direito. 

Manual do mundo – O Manual do mundo já é um clássico e velho conhecido de crianças, jovens e adultos. Criado em 2008, o site é especializado em conteúdos educativos e de entretenimento. Tem curiosidades, experimentos científicos, receitas, mágicas e muito conteúdo para todas as idades.  

Modelagem em biscuit – Davi Oliva, que é professor da Disciplina Eletiva Quase Artistas, tem um canal no Youtube onde ele compartilha suas criações, feitas a partir da modelagem em biscuit. Davi também ensina modelagem e dá várias dicas divertidas para toda a família.

Together at Home – A ONG Global Citizen é a responsável por esse projeto, que faz transmissões diárias com “shows” de artistas de todos os continentes. A atração do dia é sempre uma surpresa. Para acompanhar, siga a página @ glblctzn

Livros gratuitos – Uma das possibilidades para pais e filhos é mergulhar na leitura de livros. Caso vocês já tenham esgotado todas as leituras disponíveis nas estantes, a narrativa digital pode ser uma opção. Que tal utilizar o celular ou tablet como uma ferramenta para criarmos uma biblioteca digital no dispositivo móvel? As dicas são da nossa bibliotecária, Ana Paula Abreu.

O site Domínio Público oferece, gratuitamente, o download em PDF mais de 250 títulos infantojuvenis. 
 
Amazon liberou centenas de livros digitais para download grátis. São e-books sobre vários temas e para todas as idades. As obras podem ser adquiridas na Loja Kindle da Amazon ou no site amazon.com.br, ao selecionar a opção "Livros" e, em seguida, o formato "e-book Kindle". Os livros podem ser lidos no Kindle ou, ainda, no aplicativo gratuito para computadores, tablets e smartphones Android e iPhone (iOS).
 
Outro site que tem conteúdo de literatura digital infantojuvenil é o Eu Leio para uma Criança, do Itaú. 
 
Quem quiser, pode fazer o download dos títulos abaixo, selecionados por Ana Paula. Todos estão disponíveis no site Domínio Público e sua distribuição é gratuita para uso não-comercial:
 
A borboleta azul
Pena Dourada
O ratinho Rói-rói
O mistério do anel de pérola
No reino das letras felizes
A bruxa e o caldeirão
O galo Tião e a dinda raposa
O peixinho e o gato
Amanda e o nanorobôs
O leão Praxedes
Histórias que acabam aqui

Atualidades em Inglês: Novo post vai além das notícias sobre o coronavírus e traz fatos mundiais

O avanço do coronavírus é o principal assunto em todo o mundo. Mas há muitas outras coisas acontecendo. O professor Richard Hartley falou sobre algumas delas no post mais recente do blog Breaking the News. 
 
A morte do cantor Little Richard, mais um assassinato motivado pelo racismo nos Estados Unidos e a tentativa de golpe de Estado na Venezuela são alguns dos acontecimentos abordados. Acesse breakingthenewsanglo.wordpress.com/, mantenha-se atualizado e aproveite para treinar suas habilidades de leitura em inglês.

Google Sala de Aula: Anglo promove oficina para os pais

Na próxima semana, o Anglo vai promover a Oficina Google Sala de Aula para Pais e Responsáveis. O objetivo da atividade é apresentar o GSA, mostrando como essa ferramenta está sendo essencial para o trabalho de ensino remoto temporário. Dessa forma, esperamos que os pais possam compreender melhor o uso da ferramenta para ajudar os seus filhos quando necessário.
 
Os interessados deverão se inscrever até domingo, dia 17 de maio, preenchendo o formulário disponível no link abaixo:
 
Formulário de inscrição – Oficina Google Sala de Aula para Pais e Responsáveis
 
A oficina acontecerá no dia 19 de maio, às 17h, e terá duração de 1h30min. A formação será realizada pelos professores Ana Paula de Camargo, Danilo Ribeiro e Roque Araújo. 
 
Na oficina, os pais e responsáveis participarão de uma turma fictícia como alunos, experimentando, passo a passo, como realizar uma atividade postada pelo professor. Serão abordados os seguintes tópicos:
 
1. visão geral do Google Sala de Aula;
2. por que a escola escolheu essa ferramenta;
3. interface de aluno;
4. como o aluno recebe as atividades no GSA;
5. como o aluno realiza as atividades no GSA;
6. como entregar a atividade ao professor;
7. interação aluno x professor;
8. interface de professor.
 
Esperamos contar com a presença de vocês a fim de que, juntos, possamos continuar oferecendo o melhor suporte para a educação de nossas crianças.
 
Continuem cuidando de vocês e do próximo.

Opinião: Os pais são professores? Os professores são pais?, por Betina Serson

Não, mas todos têm de aprender novas habilidades
 
Nunca ninguém imaginou que o mundo passaria por essa situação de pandemia. Parece que estamos vivendo cenas de filmes sobre um futuro longínquo. Causou um grande susto. A tecnologia desenvolvida nos dava a sensação de segurança de vencer qualquer obstáculo ou vírus completamente desconhecido. De repente nos deparamos com um vírus que não conseguimos conhecer nem achar um remédio ou vacina a curto prazo. O isolamento social trouxe muitas adaptações.
 
As escolas tiveram de cancelar as aulas, e as crianças estão com classes online. Quando as aulas vão voltar? Não se sabe ao certo. O que se sabe é que os pais estão em casa, em home office com os filhos, e com a dupla função de trabalhar e acompanhar as aulas das crianças.
 
A dinâmica familiar é totalmente diferente da dinâmica de uma classe. São dois ambientes diferentes que se complementam na formação de um indivíduo. De um lado há a escola, com os valores formais que são passados através do desenvolvimento de conteúdos, e, de outro, há a família, com uma rotina própria e mais informal, com valores transmitidos através do convívio do dia a dia.
 
No colégio existe o trabalho em grupo, a atenção é dividida com outras crianças, uma rotina escolar, os materiais e o espaço são apropriados para as necessidades daquela turma de alunos. Já em casa a atenção não é dividida: a família tem a sua própria rotina e com um espaço somente para a lição de casa. Além disso, muitas vezes os pais não estudaram da mesma forma que os filhos.
 
As escolas tiveram de fechar, e os pais se viram na posição de educadores. Será que os pais agora são professores? Não. Cada um tem um papel, claro e diferente. Surgiu a oportunidade de os pais verem de perto como é a vida do filho e quais são as principais habilidades sem a correria do dia a dia. Com certeza, o currículo deste ano terá adaptações. Os professores tiveram de aprender mais sobre as ferramentas de educação a distância. E as crianças tiveram de se adaptar a acordar e ter aulas no computador ou tablet sem a troca com os amigos. Todos tiveram de aprender novas habilidades.
 
Agora os pais têm a oportunidade de conhecer os filhos e vivenciar e ensinar valores como resiliência, generosidade, empatia, resolução de conflitos, flexibilidade, trabalho em grupo, responsabilidade.
 
Com o isolamento social, as famílias estão em casa, tiveram de reestruturar a rotina, o trabalho, o estudo. Os mais velhos podem, através de aplicativos de comunicação, ver e conversar com netos e filhos. A resolução de conflitos se torna mais presente na convivência familiar. Não há como evitar o confronto e a solução. O espaço da casa não é mais só para comer. Mas se tornou um local de convivência, no qual todos precisam ajudar na limpeza – e é responsabilidade de toda a família manter a ordem.
 
Esta fase vai passar e sairemos melhores como pessoas. Teremos a certeza de que somos vulneráveis e que não conhecemos tudo.
 
Betina Serson – Pedagoga com pós-graduação em psicopedagogia e mestrado em Early Childhood Education (EUA)
 
Fonte: Folha de São Paulo

As famílias vão ter que criar uma nova experiência compartilhada, diz Christian Dunker

Em transmissão online do LIV – Laboratório Inteligência de Vida, Christian Dunker deu dicas sobre como pais, mães e responsáveis podem lidar com novas agendas, horários, trabalho remoto e crianças em casa durante a quarentena

A suspensão das aulas como medida para conter o avanço do novo coronavírus e a adoção do trabalho em turnos ou prática do trabalho remoto vem promovendo maior convivência e interação entre crianças e suas famílias. Se antes era comum que eles  pouco se encontrassem durante a semana, as medidas para frear a curva de disseminação do vírus impuseram um convívio intenso que traz inúmeros desafios.
 
Parceiro do Porvir na cobertura “Educação em Tempos de Coronavírus”, o LIV – Laboratório Inteligência de Vida, programa que promove o desenvolvimento de habilidades socioemocionais para crianças e jovens em escolas, realizou, no dia 25 de março, uma transmissão ao vivo com Christian Dunker, psicanalista e professor. A live, que teve como tema “Pais e filhos finalmente juntos em casa”, trouxe a percepção do especialista sobre como famílias podem se reinventar no momento atual, como as rotinas podem ser adaptadas, o que fazer em casos de pais separados e guarda compartilhada dos filhos.
 
  
 
Foto: Acervo pessoal
 

Confira abaixo os principais trechos da conversa com o psicanalista:

LIV: Temos recebido muitos questionamentos sobre como as famílias podem se reinventar nesse momento e quais são os principais problemas e desafios que surgem em tempos de confinamento. Qual é sua visão de forma geral?
 
Christian Dunker: Devemos começar considerando o caráter totalmente inédito do que estamos vivendo. É a primeira vez que estamos confinados dentro de casa por um período que pode ser bastante longo, com uma indeterminação do que pode acontecer. Isso reformula nosso cotidiano que, em geral, é marcado por uma forte divisão entre casa e rua. Precisamos aproximar essa distância entre os universo privado e público. É preciso muita tolerância, aceitação e respeito porque as crianças vão, eventualmente, sofrer mais do que os adultos, já que boa parte das interações presenciais que elas precisam são proibidas nesse momento. Mesmo que a gente entenda e reconheça a realidade sanitária, o nosso psiquismo não aceita as coisas tão facilmente. O momento pode ser muito interessante para reconfigurar as relações familiares, porque famílias precisam entender que há uma tarefa pela frente e isso não será feito por decreto e sim com muita conversa. Françoise Dolto, uma psicanalista muito aceita que viveu na França durante ocupação alemã, tem um conselho: diga a verdade para as crianças. No tempo delas e com a linguagem adequada, mas não esconda seu medo e incerteza. Crianças são muito mais resilientes, fortes e capazes de colaborar do que imaginamos.
 
LIV: Qual a importância de falar sobre pais e filhos finalmente juntos em casa?
 
Dunker: A importância é grande porque, no fundo, é um assunto sobre o qual nunca nos debruçamos muito extensamente. Temos uma discussão nacional sobre “homeschooling” e educação a distância, principalmente quando se considera o ensino universitário. Entretanto, parece que as pessoas estavam muito fixadas no aspecto tecnológico da novidade e pouco tocadas pelo fato de que isso altera completamente a circulação dentro de casa, e também a repartição entre as esferas privada e pública. Além disso, interfere na rotina de trabalho e de cuidados com a casa. O encargo que os filhos representam para os pais é também uma novidade, por isso a expressão “finalmente juntos” no título da live do LIV. As famílias vão ter que criar uma nova experiência compartilhada. É uma nova intimidade que está sendo proposta. E só construímos isso com esforço. Essa realidade foi ocultada na conversa das pessoas sobre tecnologias virtuais, redes e ensino a distância. E agora despencou nas famílias e nas escolas desavisadamente.
 
LIV: As pessoas estão buscando fórmulas para administrar horários, conciliar o cuidado e filhos pequenos com o ensino em casa e com o trabalho. O que você diria para pais e mães que não estão conseguindo organizar seu tempo?
 
Dunker: Primeiro, há uma violação de expectativas. Nós imaginávamos que teríamos mais tempo por trabalhar de casa e que as demandas seriam diminuídas. Isso não está sendo exatamente verdade, pois no ambiente online rendemos menos. Nos primeiros dias tendemos a ter uma desorganização atencional, ficamos mais nervosos e inquietos, tendemos a ter insônia e nos alimentar mal. Da mesma forma que crianças estão precisando reinventar a escola, precisamos reinventar o trabalho. Teremos que ser tolerantes com as interrupções. Essa pode ser uma oportunidade de introduzir as crianças no nosso universo laboral. Também é importante que as famílias deem suporte a esse processo de reformulação das aulas que as escolas estão passando. Teremos que participar da escola de um jeito que nunca fizemos. Além disso, um conselho para momentos de estresse, quando chegamos perto de perder a razão, é a descontinuidade, como ir pensar no banheiro. A situação de estar no mesmo ambiente gera algo que poderíamos chamar de  deslizamento de afetos e pensamentos. Se você está com raiva, vai ficando com mais raiva até gritar e perder a cabeça, porque nós perdemos as pausas que tínhamos no dia: o cafézinho, a pessoa que liga, os momentos de dirigir.
 
LIV: Estamos falando de um isolamento, mas parece que a convivência familiar nos invade o tempo todo. Como as famílias podem ajudá-los nesse momento e evitar crises de ansiedade e depressão?
 
Dunker: Estou tentando organizar uma campanha para que pessoas continuem suas terapias online, por telefone ou busquem a ajuda de escutadores, não precisa ser necessariamente um psicólogo ou psicanalista, existem muitos grupos de apoio. Por outro lado, em alguns casos essa situação cria o que chamamos do efeito terapêutico do real, que pessoas que vivem com medo de que algo vai acontecer percebem que a catástrofe é aquilo: nada mais e nada menos. Algumas situações psíquicas serão favorecidas, outras serão mais sofridas. Quando o assunto são os adolescentes, acho que algo que podemos fazer é a formação de certos compromissos com os cuidados da casa. Quem lava a louça, quem leva o lixo, quem passa roupa. Cada um precisa descobrir sua função para que a gente possa sair dessa juntos. Se conseguirem enxergar um sentido de responsabilidade coletiva que ultrapasse o núcleo familiar, acho que teremos um momento formativo dessa geração de adolescentes.
 
LIV: É um momento especial para refazer esses combinados familiares?
 
Dunker: Essa pode ser uma oportunidade para famílias literal e metaforicamente arrumarem a casa, suas gavetas, aquele baú e papéis que estão olhando para você há anos. A prática de arrumar-se, de encontrar o seu momento, fará parte dessa reformulação familiar que vamos viver, talvez aproximando as famílias. Crianças e adolescentes são muito impactadas quando o adulto que os protege mostra sua fragilidade real. Isso convoca para uma função restaurativa que pode deixar frutos muito importantes para o resto da  vida.
 
LIV: Como lidar com emoções de pais e mães que estão distantes considerando a dificuldade de deslocamento nesse momento e uma eventual proibição do deslocamento?
 
Dunker: É uma situação delicada para famílias em crise ou em casos em que a guarda compartilhada não está funcionando tão bem assim. Existem os métodos de falar pelo computador ou celular, mas também uma experiência muito bonita são pais e mães que escrevem diários para seus filhos ou gravam áudios contando histórias de famílias, por exemplo. Uma ação que pode ajudar a mitigar essa situação e fugir um pouco desse modelo de conversa de “agora é hora de falar com seu pai/mãe”, é ligar a sua tela e ir fazer suas coisas. A criança está brincando, você pode ler ou assistir um jornal, dá uma olhada de vez em quando, comenta alguma coisa. Essa presença compartilhada, ainda que em silêncio, é muito importante especialmente para crianças menores. Não adianta nesse momento termos sentimentos culposos, pensando que as crianças vão “ficar marcadas”. Elas são seres extremamente resilientes, que sabem o que é uma situação de perigo e privação.
 
LIV: Como você vê essa iniciativa de promover lives com especialistas para pais e envolvidos com a educação no Brasil?
 
Dunker: Acho fundamental porque toca em três problemas que precisam ser enfrentados. O primeiro é a distância que existe no Brasil entre o debate, a circulação e o universo cultural da universidade e a vida nas escolas. É inadmissível que nossos alunos se dediquem e se sacrifiquem tanto para entrar num espaço onde, muitas vezes, nunca ouviram ninguém da universidade falando e não sabem o que é uma sala de aula. Isto provoca uma decepção e um choque cultural. O primeiro passo é que o muro entre escolas e universidades abaixe. O segundo benefício é que a relação das escolas com as famílias está se alterando. Cada vez mais presentes, é também função dos colégios ensinar os pais. A verdadeira escola aprendente não ensina apenas para os alunos, mas também para seus funcionários, pais e fornecedores. A ideia da escola como uma comunidade é um segundo ponto fundamental. O terceiro aspecto é: precisamos qualificar o debate sobre o ensino e a aprendizagem. É necessário fazer com que as discussões, que são, muitas vezes, poderosas, rigorosas e bem feitas pelas escolas, sejam disseminadas. Para que as informações entrem no debate público, é fundamental que deixem de ser um saber privado para se tornar um patrimônio de todos, um bem cultural comum.
 
Fonte: Porvir