Terceirão 2020 celebra conclusão de ciclo em formatura virtual

Quem disse que não iríamos comemorar a formatura da 25ª turma do Anglo?! Os alunos do Terceirão 2020, professores e funcionários do Colégio se reuniram na noite desta terça, 22, para uma cerimônia virtual. O evento foi realizado em parceria com o Grupo Cuco e, mesmo com a distância física, foi caloroso, divertido e cheio de afeto.

A formatura foi aberta com a fala de Débora Guimarães, uma de nossas diretoras e professora da turma. Ela falou sobre as novas formas que encontramos de nos aproximar ainda mais e do quanto crescemos e aprendemos com as adversidades deste ano. Débora ainda listou alguns dos adjetivos atribuídos à turma por ela e pelos professores e funcionários do Anglo: “Companheira, empática, respeitosa, resiliente, guerreira, perseverante, corajosa, proativa, generosa, afetuosa, criativa, alegre”.

Logo em seguida, o professor Ian Fraser, que foi tutor de parte do grupo no ano de 2016 e sempre acompanhou de perto o crescimento dos alunos, contou, emocionado, que sonhou com a formatura no início do ano. “Não precisa ser Freud para analisar a importância que essas pessoas têm em minha vida. O tempo vai nos separar, vocês se tornarão ‘conversa de velho’ na sala dos professores, quando relembramos nossos alunos, mas temos que saber a hora de parar e aceitar o adeus. Vocês, agora, serão do mundo inteiro, e o mundo ano que vem vai ser bem mais, muito mais. Amo vocês!”, declarou.

Para relembrar alguns dos muitos bons momentos vividos na escola, os alunos prepararam um vídeo no qual agradeceram ao Colégio, aos funcionários e professores, às famílias e aos colegas. “Aos funcionários, agradecemos pelo carinho e boa vontade para nos ajudar. Ser recebido todo dia com o ‘bom dia’ de vocês, as conversas diárias, as brincadeiras, alegram o dia de qualquer um. Vocês também foram responsáveis por nossa educação e crescimento; aos professores, muito obrigado não só pela parte didática, mas pela vontade de formar bons cidadãos. Aqui nunca foi só sobre passar na matéria, vestibular ou tirar notas boas, sempre foi sobre crescer em todos os sentidos com os erros, acertos, medos e ideias; pais, sem vocês nada disso teria sido possível. Obrigado não apenas por terem escolhido o Anglo como nossa segunda casa, mas por terem dado todo o suporte extra aos projetos, gincana, campeonatos e o caos generalizado que vem com eles; para a turma, independente do que vier pela frente, vamos nos manter como sempre fomos: fortes, estupidamente determinados e unidos. É por isso que vai dar tudo certo”, afirmaram.

Muitos pais também se pronunciaram e falaram sobre o orgulho dos filhos, a felicidade de ter escolhido o Anglo e a saudade que sentirão. “O Anglo é realmente muito especial. E eu digo isso porque sou muito exigente. Os professores são muito mais que professores, são educadores, são pessoas sensíveis que sabem ressignificar. Eu digo sempre que tenho muita inveja dos meus filhos por eles terem a oportunidade de estudar numa escola como essa, que forma pessoas que sabem ser flexíveis, sabem se adaptar e são capazes de fazer a diferença onde quer que estejam”, destacou Ana Thereza Gomes, mãe do formando Bernardo Oliveira.

E teve festa, sim, senhores! Todo mundo dançou muito ao som do DJ Vinny Vitorino, com hits atuais de todos os ritmos e clássicos que nunca deixam de fazer sucesso.

Terceirão 2020, foi lindo estar com vocês por todos esses anos! Como sempre, a gente fica aqui cheios de saudades e muito felizes por ter tido o privilégio de ensinar e aprender com cada aluno. Temos certeza que o futuro será brilhante e que vocês alcançarão tudo que desejam. Mas, não esqueçam de nós. Vocês serão sempre parte da Família Anglo!

PAS/UnB: Universidade de Brasília abrirá inscrições para vestibular seriado em janeiro

A Universidade de Brasília manteve o Programa de Avaliação Seriada (PAS/UnB) – etapas 1, 2 e 3, para ingresso no 1º semestre letivo de 2021. Podem participar do processo seletivo os alunos matriculados no Ensino Médio em 2020, 2021 e 2022. As inscrições devem ser feitas pela Internet, no site www.cebraspe.org.br/pas/subprogramas, entre os dias 11 e 29 de janeiro.

CLIQUE AQUI PARA VER O EDITAR DO PAS/UNB 2020/2022

O PAS/UnB foi criado em 1995 como forma de ingresso alternativa ao vestibular tradicional. Atualmente, a Universidade destina 50% das vagas em todos os seus cursos aos aprovados no Programa. A avaliação é realizada em três etapas, ao final de cada série do Ensino Médio. Em cada etapa, o candidato faz uma prova de conhecimentos referentes ao conteúdo daquele ano, elaborada em perspectiva interdisciplinar. As pontuações vão se acumulando e, apenas ao final da terceira etapa, o candidato opta pelo curso que quer fazer.

Confira o calendário com as principais datas:

Inscrições: das 10h do dia 11 de janeiro às 18h do dia 29 de janeiro
Pagamento das inscrições: Até 19 de fevereiro
Consulta aos locais de prova: 10 de março
Provas: 21 de março

5º ano monta cesta básica ideal e relaciona gastos com alimentos ao valor do salário mínimo

Você sabe qual o valor do salário mínimo vigente hoje no Brasil? Será que ele é suficiente para comprar tudo que precisamos, pagar as contas do mês e ainda sobrar para o lazer e outros investimentos? Os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental refletiram sobre o salário e a cesta básica, relacionando ganhos e gastos com os artigos 6º e 7º da Constituição Federal, que tratam dos direitos sociais e dos trabalhadores.

A turma já havia estudado sobre o salário mínimo, a Constituição e a cesta básica em momentos diferentes do ano. Agora, o desafio da professora Melina Endraos foi que, divididos em grupos, os alunos relacionassem esse conhecimento entre si numa nova atividade: montar a cesta básica ideal e observar se apenas um salário mínimo é suficiente para pagar por ela e por outras necessidades de toda família.

“O trabalho exigiu empenho e organização. A proposta foi que cada grupo idealizasse uma cesta básica, podendo retirar ou adicionar itens que têm na cesta original, levando em conta o que acham que é necessário para cada trabalhador viver no mês”, explicou Melina.

Alguns grupos reduziram a quantidade de alimentos como o arroz e o feijão, outros incluíram macarrão e frutas como a laranja e a maçã. Todas as substituições foram feitas pensando em quanto cada trabalhador que recebe um salário mínimo tem para gastar e nas necessidades nutricionais básicas das pessoas. Para verificar os preços, os alunos usaram um aplicativo que reúne os valores cobrados por cada produto em supermercados de Salvador. “Na nossa cesta básica, a gente tentou botar o mínimo possível que suprisse as necessidades de vitaminas e minerais porque as coisas estão caras mesmo”, disse a aluna Luiza Bastos.

Com a atividade, além de fazer uma revisão do assunto já trabalhado, como as operações matemáticas, os alunos perceberam que é bem difícil cobrir todos os gastos, como alimentação, transporte, água, luz, lazer e outros investimentos apenas com o salário mínimo. A maioria das equipes sugeriu o aumento do valor do salário mínimo, para que todos tenham melhores condições de vida, sem apertos no final do mês. Fica a dica para os governantes, não é galera?!

Diretoria faz balanço de 2020 e anuncia início do ano letivo de 2021 para dia 3 de fevereiro

Na manhã de sábado, 5 de dezembro, a Diretoria do Anglo se reuniu virtualmente com todas as famílias para o último encontro do ano. Na ocasião, foi apresentado um balanço de como foi o ano escolar de 2020 para cada ciclo e tudo que já sabemos para o próximo período letivo, que vai começar dia 3 de fevereiro, ainda sem definição se de forma presencial, remota ou híbrida. A decisão quanto à data de retomada das aulas presenciais cabe às autoridades, mas a Diretoria adiantou que, assim que houver permissão oficial, o Anglo estará de portas abertas para receber seus professores e alunos nas salas de aula tradicionais.

Na reunião, a Direção destacou que conseguimos cumprir as exigências do Conselho Estadual de Educação (CEE), como o envio de documentação comprovando tudo que foi feito e as orientações quanto à adequação dos programas previstos para cada turma. “A partir do momento que percebemos que a escola remota seria prolongada, o CEE orientou que as escolas fizessem um estudo dos programas previstos em cada componente curricular e se ativessem ao que era essencial em termos de conteúdo e desenvolvimento de habilidades. Foi o que nós fizemos, e conseguimos cumprir essas adaptações”, explicou Débora Guimarães, uma de nossas diretoras.

Além das recomendações do CEE, o Anglo também se adaptou para realizar, no formato on-line, muitas das atividades que aconteciam apenas no modo presencial. Foi assim com a tutoria, as atividades do Grêmio Estudantil, os encontros de formação para os professores, as Conferências de pais, alunos e tutores, o Programa de Orientação Profissional e a festa junina. No entanto, alguns projetos ficaram de fora e fizeram muita falta, como as viagens a São Paulo, Brasília e para o NR Acampamentos, o projeto Aprendendo a Empreender, o English Day e o o English Fest, as Feiras das Ciências, do Livro e das Línguas Estrangeiras e o Jantar das Nações.

Ao longo de 2020, o Anglo realizou, através do Núcleo de Atuação Psicopedagógica (NAP), pesquisas e atendimentos individuais aos alunos, famílias e todos os professores e funcionários, que viveram situações emocionais bem diferentes. “Essas situações interferem no processo ensino-aprendizagem. Realizamos cinco pesquisas com a comunidade, mantivemos contato, estivemos presentes em todas as turmas. A presença do NAP foi fundamental para dar o suporte necessário para todas as ações da escola e tornar essa transição mais eficiente”, explicou a coordenadora do NAP e uma de nossas diretoras, Francisca Salomão.

O Grupo de Pais do Anglo (GRUPA), que também teve um papel ainda mais importante no novo cenário, agradeceu pelo trabalho do Colégio e pela possibilidade de ter um relacionamento tão próximo com a administração. “A gente reconhece o empenho dos professores e o esforço de todos num momento tão desafiador tanto para vocês quanto para nós, com nossas crianças em casa. Agradecemos pela disponibilidade do Anglo em sempre ouvir a gente, ouvir as demandas dos pais com uma escuta muito atenta”, disseram as mães e integrantes do GRUPA, Juliana Medeiros e Diana Menezes. Elas convidaram os pais que têm interesse em se juntar ao GRUPA a mandarem um e-mail para grupaanglo2019@gmail.com e tirar dúvidas sobre a atuação.

Falando sobre 2021, Débora explicou que, o primeiro momento após o retorno será de acolhimento. “Essa também é uma orientação dos Conselhos de Educação porque há muitas situações socioemocionais que precisam ser cuidadas”, pontuou. Em seguida, será realizada uma avaliação diagnóstica com todos os alunos para observar o aproveitamento individual tanto em relação a conteúdo quanto a habilidades. “A partir dos resultados da avaliação diagnóstica, iremos, se necessário, reavaliar o planejamento de 2021 para que a gente possa incluir aquilo que a avaliação apontar que precisa ser mais trabalhado”, ressaltou. Débora também falou sobre o protocolo de segurança, que prevê o reforço de medidas de higiene e distanciamento social. O protocolo do Anglo já está pronto e será enviado para todas as famílias após as definições do protocolo oficial, que pode determinar mudanças no nosso.

O Anglo agradece a todas as famílias pela parceria e confiança ao longo deste ano. E que venha 2021!

Em ano desafiador, Grêmio inova ampliando suas ações e unindo os alunos

Num ano atípico como 2020, ser a voz dos colegas de sala foi uma tarefa ainda mais significativa e difícil. Mas, nossos representantes de turma fizeram a diferença com comprometimento, esforço e criatividade, e o Grêmio Estudantil Anglo-Brasileiro (GEAB) se destacou com grandes conquistas. Na semana passada, os integrantes do grupo e a coordenadora Eniara Figueredo se reuniram virtualmente com o Núcleo de Atuação Psicopedagógica (NAP) e a professora Ananda Amaral, que representou a Diretoria, para o encerramento das atividades deste ano.

Mesmo com o cenário incerto, a eleição para escolha dos representantes foi realizada de forma remota. Eleitos, os representantes se adaptaram à nova realidade e deram início às reuniões virtuais. Os aplicativos de troca de mensagens também apoiaram o trabalho e facilitaram a comunicação entre o grupo. “Nós usamos estratégias como as reuniões Zoom, e um grupo de mensagens, no qual dávamos algumas sugestões e nos comunicávamos. É claro que o distanciamento trouxe desafios, porém nós nos ajustamos e andamos em frente”, disse a aluna Mariana Cardoso, do 6º ano, que participou do Grêmio pela primeira vez. “Para mim, foi uma experiência muito interessante e boa. Não tive a oportunidade de ser representante no presencial, porém tenho expectativas e vontade de ter essa experiência”, contou.

A aluna Clara Tripodi, uma das presidentes, destacou que, este ano, o GEAB foi muito além do que costumava ir. “A gente se tornou mais que um braço administrativo do Colégio, nos tornamos um elo de união. O tempo inteiro discutimos como incentivar e motivar os alunos, abrindo espaços de conversas e planejando novas ações. Foi uma gestão muito mais empática. Nos preocupamos menos com questões administrativas e pensamos mais em como poderíamos fazer o outro se sentir melhor, se sentir acolhido, buscamos maneiras de incluir todos. Foi uma experiência transformadora para mim e me sinto muito orgulhosa de tudo que alcançamos”, afirmou Clara.

O GEAB não pôde realizar as ações de todo ano, como a organização da festa de Halloween, mas criou novas possibilidades dos alunos se encontrarem, como o Clube de Debates e o Fórum Falas Negras. “Mesmo que online, nós falamos de assuntos importantes e pudemos melhorar a oralidade”, ressaltou a representante Maria Fedulo sobre o Clube de Debates. Maria, que também foi representante de turma ano passado, comparou os dois anos. “Muita coisa mudou! Desde as demandas, que agora tiveram mais a ver com adaptação, horário de aulas, uso da câmera, etc, até os eventos e projetos. Uma coisa que senti muita falta esse ano foi a festa de Halloween. Mesmo assim, tentamos encorajar as pessoas a irem de fantasia para não perder o espírito, e eu mesma peguei meu robe, óculos redondo e varinha para dizer que Hogwarts também estava fazendo aulas online, rs!”, lembrou.

A professora Eniara também destacou a parceria com a turma do 5º ano, que possibilitou a doação de cestas básicas para a creche Casa da Luz, através do Projeto Social do Anglo. E, além de assumir novas funções, o GEAB continuou sendo o principal interlocutor entre os alunos e a escola. “Mantendo o Grêmio ativo e deixando a nossa realidade o mais próximo de como seria no presencial, tivemos a certeza que nosso trabalho não se perdeu e pudemos exercitar ainda mais a escuta e o compromisso com nossos colegas e nossa escola. Estão todos de parabéns! Muito orgulho de coordenar esse grupo de alunos que a cada dia faz a diferença dentro e fora de nossa escola. O Grêmio soma junto com a comunidade”, pontuou.

Parabéns, pessoal! 2021 trará novos desafios e temos certeza que nossos alunos estarão prontos para superá-los!

EFAF e EM: Confira os calendários com os plantões e provas de REO da III Unidade

Os plantões e as provas de reorientação para os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental ao 2º ano do Ensino Médio já têm data marcada. Os plantões acontecerão entre os dias 30 de novembro e 4 de dezembro. Já as provas serão na semana seguinte, de 7 a 9 de dezembro. Tanto os plantões quanto as provas ocorrerão via Zoom. Clique nos links abaixo e confira os calendários completos:

PLANTÕES DE REORIENTAÇÃO – 6º ANO EFAF AO 2º ANO EM

PROVAS DE REORIENTAÇÃO – 6º ANO AO 9º ANO EFAF

PROVAS DE REORIENTAÇÃO – 1º E 2º EM

 

Grêmio Estudantil promove fórum para debater ações antirracistas com a comunidade escolar

Atitudes racistas estão por toda parte. Por isso, a discussão e a implementação de ações antirracistas devem ser amplamente difundidas em todos os ambientes. Para debater o preconceito praticado na escola e/ou vivenciados por nossa equipe, o Grêmio Estudantil do Anglo-Brasileiro (GEAB) promoveu o fórum Falas Negras. Professores e funcionários negros foram convidados para relatar experiências em que foram vítimas ou testemunhas a todos os alunos do 6º EFAF ao 2º EM, bem como professores e demais integrantes da equipe. O objetivo é que, a partir dessa primeira atividade, o Grêmio, junto com a comunidade, planeje ações formativas contra o racismo que serão aplicadas no Colégio.

Mediado pela aluna Clara Tripodi, uma das presidentes do Grêmio, o debate contou com os relatos do professor Deivid Borges, da professora assistente Maria Inês, e das funcionárias Bete Oliveira e Raissa Oliveira. “Brancos nunca sofrerão racismo. Não existe racismo reverso porque brancos não foram torturados durante séculos. Devemos entender isso, e essa é a importância do fórum de hoje. Estamos num espaço de elite e, quanto mais elitizado o espaço, menos pessoas negras a gente encontra. Ouvir o outro, ouvir experiências que a maioria aqui nunca vai vivenciar, é essencial para construirmos nosso caráter e entendermos melhor o nosso país”, disse Clara ao abrir o evento.

Em seu relato, Bete falou sobre momentos que viveu num shopping de Salvador e na escola: “Fui numa loja comprar um vestido e uma das funcionárias me ignorou, não quis me atender. Cheguei em casa triste e contei para uma das minhas irmãs, que voltou à loja e descobriu que a funcionária era a gerente da loja. Em outra ocasião, uma pessoa da comunidade escolar foi orientada a me procurar para resolver uma situação do dia a dia e ela respondeu ‘eu vou procurar aquela negra?!’”. Em ambos os casos, Bete contou que se sentiu triste e diminuída, mas ela sabe que o problema não está nela, e sim no preconceituoso. “É massa ser negro, é bonito! A gente precisa olhar o outro de forma diferente, como se fosse parte de nós, porque somos todos iguais”, afirmou.

Inês, que também dá aulas particulares, contou que conversou com a mãe de um dos seus possíveis alunos e o discurso das primeiras conversas, que aconteceram por telefone, mudou ao se conhecerem pessoalmente. “Fui indicada por uma amiga dela, conversamos e, ao chegar na casa dela, ela me olhou e disse ‘ah! É você a professora?!’. Comecei o trabalho e uma semana depois ela me dispensou. Ficou óbvio, pelo tom e pelo comportamento dela, que o motivo foi o preconceito pela minha cor”, declarou.

Raissa enfrenta o racismo desde criança e falou sobre suas experiências e seus medos. “Eu moro numa cidade onde eu sou a maioria e me vejo como minoria. Eu estudei em escola particular, mas era a única menina negra da sala. Meu pai era servente, ia para as reuniões e ninguém dava atenção, ele não era reconhecido como pai na escola. Minha mãe é branca e tinha que sair comigo com minha identidade porque não acreditavam que ela era minha mãe. E ver a violência que vem acontecendo, nos EUA e no Brasil, me dá muito medo de entrar em uma loja e não ser vista como cliente, mas, sim, como uma ameaça”, pontuou.

Antirracismo – Deivid lembrou que o Brasil tem 520 anos de história pós-colonização e foram quase 400 anos de escravidão, violando o direito de existência de pessoas negras. “De que maneira a gente pode olhar para isso e propor efetivas mudanças? Para pensar o antirracismo, a gente tem que pensar na raiz do problema, que é histórico-cultural e estrutural brasileira. É inegável que a gente vai chegar numa escola como o Anglo e visualizar muita gente branca e pouca gente negra, mesmo numa cidade como Salvador, a cidade mais negra fora da África”, disse.

O professor ainda afirmou que, para pensar o antirracismo, primeiro é preciso descolonizar o olhar, “tirar do olhar essa lupa de ver uma pessoa negra e encaixar ela numa posição. É olhar para alguém e achar automaticamente que ela não pode comprar naquela loja”, explicou. Na escola, cada aluno pode fazer sua parte também. “Perceber no seu colega e em você se há algum tipo de comportamento colonizador: observar se um colega faz um comentário sobre o cabelo de outro colega, sobre a cor, se evita fazer um trabalho com ele, e questionar. Não é preciso acusar ninguém, apenas perguntar. Peça para que a pessoa explique os motivos para agir daquela forma”, orientou.

O aluno João Marcus Moura, do 1º EM, agradeceu pela iniciativa. “Esse evento está sendo muito importante porque a gente precisa abrir espaço para discutir o racismo, precisa ser pensado e, principalmente, para olhar as coisas que estão acontecendo ao nosso lado. Aqui no Brasil, a gente só discute racismo quando a pauta é EUA. A gente precisa olhar para os casos que acontecem aqui todos os dias e observar como a mídia e as pessoas, nas pequenas falas, reproduzem esse racismo, que está institucionalizado”, argumentou.

E não para por aqui! O GEAB vai dar continuidade à discussão e logo, logo teremos novas ações que envolverão toda a comunidade escolar. “Com esse projeto, que será estendido para 2021, o Grêmio pensará em ações junto com a comunidade para que todos possam se apropriar da questão do preconceito e fazer com que juntos possamos colocar em prática essas ações de combate e conscientização sobre o racismo”, afirmou a coordenadora do GEAB, professora Eniara Figueredo.

Nosso muito obrigado a todos que organizaram e contribuíram para a realização do Falas Negras!

Pais e alunos se preparam para transição e conhecem novidades do 6º ano

As famílias e alunos que vão cursar o 6º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais aqui no Anglo em 2021 participaram de um encontro para saber mais sobre a transição e as novidades que os aguardam no próximo ciclo. Serão mais disciplinas, mais professores, mais responsabilidades, os horários de lanche e almoço serão diferentes, sem contar o envolvimento de todos em novos projetos e experiências enriquecedoras.

Foram dois dias de encontro. Para mostrar que não é preciso se preocupar com as mudanças, a coordenadora do EFAF e uma de nossas diretoras, Selene Dias, convidou a professora de Português, Lina Passos, para compartilhar um pouco da sua experiência com os alunos do 6º ano e contar como a angústia do início vai todinha embora ao longo do ano. Ela também falou sobre a importância de aprender a se organizar para dar conta de todas as disciplinas. “Ter uma organização de rotina é crucial para sua adaptação. Se vocês já chegarem em fevereiro entendendo que precisam se organizar, saber o que vai colocar na mochila, preparar os materiais, ver as tarefas, fazer um cronograma de estudos, isso ajuda muito na caminhada”, afirmou.

Lina abriu espaço para que os alunos compartilhassem suas expectativas com as famílias e os colegas. O aluno Pedro Corniali disse que está animado para o 6º ano, mas acha que vai ser difícil. Já Luana Gonçalves ficou preocupada no começo, mas agora está mais tranquila. “No começo do ano, achava que ia ser difícil, mas nos encontros que tivemos com NAP fui me acalmando aos poucos e vi que não precisa ter tanto medo, é só mais um ano”, afirmou.

Logo em seguida, ela leu trechos de textos escritos agora no finalzinho do ano por alunos que, assim como eles, estavam ansiosos pelo EFAF em 2019. “Uma pequena mudança pode vir a ser um grande caminho para enfrentar e, acredite, vai dar certo. Fiz novas amizades, mudar também é legal. […] vão existir dias mais difíceis, outros mais legais, dias em que a pilha de dever ocupa o quarto todo, outros que tudo que você faz é falar com seus amigos. Simplesmente viva e aproveite cada segundo”, dizia um dos textos.

No segundo dia, as famílias conheceram melhor a proposta de ensino de Inglês, com a coordenadora do Departamento, professora Simone Galvão, e as professoras Pierine Oliveira e Larissa Souza. “O ensino de Inglês na escola tem um viés intercultural. A gente não pode falar de ensino de língua sem falar de ensino de cultura. Na sala de aula, são propostas atividades que vão permitir que vocês experimentem situações de comunicação. Os alunos não vão lá simplesmente para aprender a gramática ou uma lista de vocabulário. A gente aprende inglês para nos comunicarmos com falantes nativos e não nativos”, explicou Simone.

Teve ainda um bate-papo com a coordenadora do Departamento de Línguas Estrangeiras, Patricia Atahides. Ela abordou o ensino de Espanhol, Francês e Mandarim, que vai do 6º ano 9º ano. “Quando vocês chegam aos Anos Finais, têm a possibilidade de escolher entre Espanhol, Francês e Mandarim, avaliando com suas famílias qual língua é mais interessante para vocês. Essa escolha é importante porque não é possível trocar o idioma até o final do 9º ano”, pontuou.

Tudo é diferente, mas a mudança é para melhor! Bem-vindos ao EFAF, pessoal!

Consciência negra: Conheça grandes nomes da Bahia que fizeram a diferença na sociedade

Já dizia a professora e filósofa norte-americana Angela Davis: “Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”. Existem muitas formas de colaborar diariamente com a luta antirracista. Neste Dia da Consciência Negra, gostaríamos de destacar uma delas: a importância de conhecer e valorizar a trajetória de personalidades negras que têm ou tiveram um papel fundamental na nossa sociedade. Para dar o pontapé inicial, trouxemos uma pequena lista de grandes nomes, todos nascidos na Bahia. Confira:

Luiz Gama: o escritor e ativista baiano nasceu livre, mas foi vendido como escravo pelo seu pai português aos 10 anos, a fim de pagar dívidas. Escravizado, mudou-se para São Paulo onde fazia serviço doméstico. Aos 17 anos, aprendeu a ler, conquistou a alforria, passou a atuar como rábula (advogado sem diploma) e conseguiu libertar mais de quinhentas pessoas escravizadas, alegando que todo negro chegado ao Brasil após 1831 deveria ser livre, como dizia a Lei Feijó. Em 2018, foi declarado por lei como patrono da abolição da escravidão no Brasil, além de ter o nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria.

Um dos seus poemas mais famosos é “Quem sou eu?”, também conhecido como “Bodarrada”, palavra derivada de “bode”, que era uma gíria para “negro” e “mulato”. Confira um trecho:

“[…] Eu bem sei que sou qual grilo
De maçante e mau estilo;
E que os homens poderosos
Desta arenga receosos
Hão de chamar-me — tarelo,
Bode, negro, Mongibelo;
Porém eu que não me abalo,
Vou tangendo o meu badalo
Com repique impertinente,
Pondo a trote muita gente.
Se negro sou, ou sou bode
Pouco importa. O que isto pode?
Bodes há de toda a casta,
Pois que a espécie é muito vasta.
Há cinzentos, há rajados,
Baios, pampas e malhados,
Bodes negros, bodes brancos,
E, sejamos todos francos,
Uns plebeus, e outros nobres,
Bodes ricos, bodes pobres,
Bodes sábios, importantes,
E também alguns tratantes
Aqui, nesta boa terra
Marram todos, tudo berra […]”

 

Ilustração: Thiago Krening

Luiza Mahin: Alguns estudiosos dizem que ela era africana, pertencente à etnia jeje, e teria sido trazida ao Brasil como negra escravizada. Outros se referem a ela como sendo natural da Bahia e tendo nascido livre por volta de 1812. Mãe de Luiz Gama, Luiza teve papel importante nas principais revoltas e levantes da Bahia do século XIX, como a Revolta dos Malês, ocorrida em 1835. Luiza conseguiu escapar da violenta repressão e partiu para o Rio de Janeiro, onde continuou sua luta em outras rebeliões e, como consequência, foi presa e deportada para a África.

 

Maria Felipa: nascida na ilha de Itaparica, Maria Felipa foi uma das grandes forças baianas na luta pela Independência da Bahia. Muito corajosa e praticante da capoeira, Maria Felipa foi enfermeira e informante durante as batalhas. Em uma das passagens mais famosas de sua vida, ela e um grupo de 40 mulheres deram uma surra de cansanção em soldados portugueses e atearam fogo em 42 embarcações que estavam prestes a atacar Salvador.

 

Milton Santos: Conhecido mundialmente como um dos maiores geógrafos brasileiros, Milton desenvolveu novas compreensões de conceitos como espaço geográfico, lugar, paisagem e região. Em 1994, conquistou o Prêmio Vautrin Lud, o Nobel de Geografia, sendo o único latino-americano a conquistar essa premiação. Tinha um posicionamento crítico à globalização e ao sistema capitalista.

 

Mestre Bimba: Foi o criador da Luta Regional Baiana, que anos mais tarde ficou conhecida como capoeira regional. Graças a ele, a capoeira deixou de ser associada à marginalidade, dando-a um reconhecimento social e cultural. A capoeira regional reúne valores e características tradicionais da antiga capoeira e passos do batuque, uma luta já extinta que Bimba aprendeu com o pai. Ele ainda acrescentou movimentos autorais à luta.

 

Teodoro Sampaio: baiano e filho de uma negra escravizada, Teodoro Sampaio foi engenheiro, geógrafo, escritor, historiador e um dos maiores pensadores brasileiros do seu tempo. Sua bibliografia inclui importantes contribuições sobre os bandeirantes e a formação do território, sobre os rios brasileiros, sobre as pinturas rupestres, os saberes indígenas, além de outros temas históricos e geográficos do Brasil.

 

Mãe Menininha do Gantois: escolhida aos 28 anos para ser Ialorixá (líder feminina) do terreiro do Gantois, em Salvador, Mãe Menininha se destacou ao dar visibilidade ao Candomblé e torná-lo conhecido entre intelectuais e políticos num período em que as celebrações do Candomblé e da Umbanda estavam proibidas. Com sua sabedoria, foi responsável por abrir as portas do Terreiro do Gantois aos brancos e católicos, garantindo mais respeito à religião.

5º ano recebe pai de aluna para bate-papo sobre a lua e as marés

Já notou que o mar, em alguns momentos, parece estar mais “cheio” de água que em outros?! Isso acontece por causa das marés, que são alterações no nível das águas provocadas pela influência da lua e do sol. Por estar mais perto do nosso planeta, a lua tem uma influência maior. O 5º ano está estudando sobre a Terra e o Universo e, entre os assuntos, está a lua e suas fases. Para ver como esse satélite natural interfere na vida na Terra, a turma participou de um bate-papo com o surfista Sílvio Gonçalves Junior, pai da aluna Luana. Ele observa a influência da lua sobre as marés para escolher os melhores dias e horários para a prática do esporte.

Surfando há 34 anos, Sílvio sabe bem que conhecer sobre as marés ajuda o esportista a pegar as melhores ondas. “No decorrer desses anos, fui aprendendo um pouco a relação entre o mar, a maré e a lua. A lua tem suas fases: nova, crescente, cheia e minguante. Quando ela está nova ou cheia, a maré sobe muito e seca muito. Para quem surfa, o melhor horário é quando ela está toda seca e começa a encher porque é a hora que o mar está ganhando força para empurrar a água, formando ondas”, explicou.

Já na minguante e no início da fase crescente, o mar não está para ondas. “É um período que a gente chama de ‘maré morta’ porque a variação do nível é muito pequena, é quase imperceptível pra gente”, contou Sílvio. Curiosas, as crianças perguntaram sobre a força gravitacional, se é melhor surfar durante o dia ou à noite, e já começaram até a planejar sair para surfar com Luana e seu pai. Foi um bate-papo maravilhoso!

Sílvio deixou uma tarefa para os alunos e uma dica de segurança: “Da próxima vez que vocês forem à praia, a primeira coisa que vocês vão fazer é olhar a direção que a água está vindo. A água vem do mar em direção à terra, ela bate na areia e retorna, formando um canal que a gente chama de ‘canal de retorno’, e é uma área perigosa. Não é só saber nadar, você tem que conhecer o mar e ter paciência”, pontuou.