On-line e off-line compartilham as mesmas regras, diz diretor da Safernet em Café e Prosa

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On-line e off-line compartilham as mesmas regras, diz diretor da Safernet em Café e Prosa

On-line e off-line compartilham as mesmas regras, diz diretor da Safernet em Café e Prosa

7 de abril de 2021

Se a Internet já estava cada vez mais presente no nosso dia a dia, com as restrições impostas pela pandemia, estar on-line se tornou ainda mais comum e, em muitos casos, essencial. Entre estudar, trabalhar, matar as saudades da família ou colocar a conversa em dia com os amigos, um questionamento vem ganhando espaço: há regras no mundo virtual? Para bater um papo sobre ética e privacidade nas interações digitais, a comunidade escolar recebeu o psicólogo, pesquisador da UFBA e Diretor de Educação da Safernet Brasil, Rodrigo Nejm, na segunda edição virtual deste ano do Café e Prosa, nosso ciclo de palestras promovido pelo Núcleo de Atuação Psicopedagógica (NAP).

Para abrir o debate, Rodrigo lembrou que a Internet, com todas as suas particularidades, é um espaço coletivo, e, mesmo isso sendo meio óbvio, muitas pessoas se comportam como se estivessem num mundo paralelo. “Definitivamente, a Internet não pode mais ser vista como um espaço paralelo. Ela precisa ser vista como um espaço coletivo, uma grande praça pública, como a praia ou a rua, um lugar onde são válidas todas as leis, todas as regras e todos os acordos de convivência entre as pessoas”, pontuou.

O psicólogo, que também é membro do Grupo de Pesquisa em Interações, Tecnologias e Sociedade (GITS/UFBA), ainda destacou que as gerações mais velhas precisam abandonar o discurso de que os mais jovens são nativos da era digital e sabem usar computadores, tablets e smartphones melhor que os próprios pais. A presença do adulto é importante para que os jovens aprendam a usar as tecnologias com responsabilidade. “Não podemos cair nessa armadilha de achar que crianças e adolescentes sabem tudo de internet e nós, de outra geração, temos pouco a ensinar, porque não estamos falando aqui de habilidades técnicas, estamos falando de discernimento, de capacidade crítica, de graus de autonomia, de capacidade de autocuidado. Então, para nós, pais e educadores, é indispensável ter clareza sobre nossa fundamental participação na mediação do acesso que nossos jovens fazem a essa maior praça pública do planeta, que é a Internet”, afirmou.

Cyberbullying – A internet oferece muitas boas oportunidades. É possível visitar museus em outros países e até mergulhar e ver o fundo do mar. Mas, como todo espaço público, existem várias situações de violência e crimes de diferentes naturezas. É aí que entra o Cyberbullying. “A internet reflete aquilo que somos como sociedade, nas suas qualidades e, também, nas suas violências. Durante a pandemia, os casos de cyberbullying aumentaram. Por isso, é importante discutir a nossa capacidade de discernir entre brincadeira e violência no espaço digital. Um emoji, um comentário, uma marcação, uma conversa no chat durante a aula… A princípio, pode não parecer violência porque nem sempre percebemos como o nosso comportamento pode causar muito dano e sofrimento”, explicou.

Para evitar o surgimento de novos casos, Rodrigo contou que é essencial que haja muita conversa. “Uma coisa que parece boba, mas é decisiva é o diálogo entre jovens e adultos, entre os jovens e seus pares, para que possamos deixar mais explícito o que diverte e o que pode fazer mal”, concluiu.

O Anglo agradece a Rodrigo e a todos que participaram de mais um bate-papo enriquecedor. Em breve, vamos divulgar o tema e a data da próxima edição do Café e Prosa. Até lá!